quarta-feira, 21 de março de 2012

Conversa no parque

Ele e ela estavam novamente naquela tranquila praça. Naquela bela praça situada no Carmo...
Ela – Sabe por que eu fico assim?.
Eles só se olhavam....
Ele – Não.
Ela olhou para ele e sentou naquele banco próximo ao laguinho.
Ela – Tenho vontade de fazer uma coisa...
Ele sentou ao lado dela. Olhou a volta, meio que esperando ela continuar. Como ela não falou nada, ele olhou para ela.
Ele – O que? – falou tranquilamente.
Ela – Mas estou imprecisa de sua reação... – Ela olhou pra ele.
Ele – Imprecisa? – ele disse meio confuso.
Ela – É... Imprecisa. Não estou segura de como você vai se portar... – ela olhou para os olhos dele. Ele estava tão próximo ao seu lado... Ele bem que poderia se aproximar mais.
Ele – Como eu vou me portar? – ele indagou. O que ela queria dizer com aquilo, afinal?
Ela – Você sabe... – Ele sabe? O que?
Ele – Eu sei? Poderias ser mais direta. – Ela bem que poderia ajudar.
Ela – Sabe por que eu gosto de sonhar? – isso era uma pergunta retórica? Ou eu teria que perguntar mesmo qual o motivo dela gostar de sonhar?
Ele – Porque você gosta de ter um sono tranquilo? – essa seria a resposta mais sensata.
Ela – Não por isso. Não é exatamente isso. – se não era exatamente por isso... Seria...?
Ele – Então... Por quê?
Ela – Porque lá eu sonho com um alguém... – com um alguém?
Ele – Com um alguém? Poderias ser mais especifica?
Ela – No mundo dos sonhos eu posso fazer coisas que eu, talvez, não teria coragem. Lá eu não sou só uma garota de dezesseis anos. Não tenho o temor de...
Ele – De... – Ela estava sendo uma tontinha confusa. Ela olhou para ele e deixou o olhar esquecido nos olhos dele. Não havia mais pássaros cantando. Não havia mais o vento passando. Não havia mais nada ali, a não ser ele e ela. Ela balançou a cabeça levemente para os lados, mas sem perder o contato com os olhos dele. Ela levantou a mão levemente e lentamente. Poderia ter passado duas horas quanto a penas três segundos. Não faria nenhuma diferença. O tempo humano não era o que estava regendo aqueles dois, mas sim a intensidade de que eles estavam sentindo. A ansiedade de um de tocar no rosto do outro e do outro sentir esse toque...
Ela passou de leve os dedos na bochecha dele. Depois de um tempo, não sei ao certo quanto, ela parou de olhar fixamente para os olhos dele. Ela fechou os olhos e deixou-se sentir o perfume dele. Ele tinha um cheiro singular. Ela conhecia alguns outros garotos que usavam esse perfume, mas  ela só conseguia lembrar dele. Só dele. Era ele. Somente ele.
Ela – Você sabia. – ele sabia de que? Ela ainda estava com os olhos fechados quando falou.
Ele – O que, minha querida? – ele não imaginava o que passava no seio do ser dela quando ele falava carinhosamente com ele. Ela achava que era tão simples para ele fazer isso com ela...  Será que ele percebera? Ela abriu os olhos e viu que, dessa vez, ele estava mais próximo do que antes. Sua mão ainda no rosto dele.
Ela – Que gostaria de saber se você se sente como eu me sinto próxima a você. – Como assim?
Ele – Assim como, minha princesa? – Ela parou a respiração por quatro segundos antes de recomeçar.
Ela – Eu não sei se sou capaz de conquistá-lo, tão menos se conseguirei fazer que você sinta a mesma coisa que eu. Por você... Só em você... Tinha que ser você.
Ele – Por mim... – Ele estava tentando encorajá-la. Ela passou de leve o dedo dela no lábio inferior dele.
Ela – Só por você. – os olhos dela ficaram hora nos olhos dele, hora nos lábios dele. – Tinha que ser você. – Ela, que estava com uma das mãos no rosto dele, levantou a mão e a encaixou na nuca dele. E, lentamente, levou os lábios dela contra os dele. O que de início pareceu um roçar de lábios, ele aprofundou, forçando-a a abrir os lábios... O que há alguns instantes era dois seres, um ao lado do outro, neste instante não se sabia onde terminava um e começava o outro. Eram sensações que se misturavam com a ansiedade que se levou para esse toque, com a adrenalina que o corpo estava sendo embarcado...
Tudo e nada... Tinha que ser ele... Só o beijo... 

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